Empreendedorismo Social: o que é e alguns exemplos

Será que é possível apostar no empreendedorismo como ferramenta de lucro e, concomitantemente, para questões sociais? Sim, é possível! É exatamente essa a premissa do empreendedorismo social, uma vertente do empreendedorismo que direciona o olhar aos cidadãos mais vulneráveis.

Utilizar as possibilidades inovadoras que o mercado oferece para transformar a realidade de outras pessoas é um dos caminhos propostos pelo empreendedorismo social no Brasil.

Mas você sabe o que é empreendedorismo social e qual sua importância para a sociedade como um todo? Acompanhe nosso artigo e reflita sobre o tema.

Boa leitura!

Empreendedorismo social x Empreendedorismo tradicional

É interessante refletir sobre o que é empreendedorismo social e a diferenças entre ele e o  empreendedorismo tradicional.

Um fato que deve ficar claro é que, diferente das ONGs, as empresas que aplicam o empreendedorismo social buscam sim o lucro. Aqui, a estratégia é direcionada a lucratividade como forma de manutenção e sustento por meios próprios, excluindo a necessidade de outras fontes para a sobrevivência da empresa.

Uma dramatização de algo que ocorre anualmente pode exemplificar melhor essa diferença entre os tipos de empreendedorismo. Durante o inverno, por exemplo, a Campanha do Agasalho surge entre os lojistas e outros empresários como meio de arrecadar agasalhos e cobertores para pessoas em situação de risco e vulneráveis.

No entanto, a ação dura apenas durante a referida estação e, principalmente, não ameniza outras questões sociais, como desemprego, baixo grau de escolaridade e falta de moradia.

No âmbito do empreendedorismo social, essa ação poderia causar um impacto vitalício à população mais carente e de baixa renda. Um empreendedor social poderia planejar uma ação direcionada a fabricação de peças de roupas para venda, por exemplo.

Os funcionários desta confecção, neste caso, seriam os próprios cidadãos vulneráveis. Ao vender as peças, o empreendedor social retira uma parte do lucro, repassa outra parte para os funcionários e, ainda, pode doar algumas das peças produzidas.

Geração de renda e novas perspectivas

Neste círculo de ações, o empreendedorismo social oferece oportunidade de geração de renda e uma nova perspectiva para o cidadão.

Mas vale salientar também que existem inúmeras ações, em várias áreas, que são caracterizadas como empreendedorismo social. Se uma empresa busca soluções verdes e que reduzem o impacto negativo na natureza, por exemplo, já possui uma veia social.

Em suma, a grande diferença entre o empreendedorismo social e o tradicional é a extensão do impacto social causado na sociedade.

Qual a raíz do empreendedorismo social?

Se o empreendedorismo tradicional surge de uma demanda de mercado, ou seja, visando atender determinado público e, consequentemente, gerar lucro, o empreendedorismo social tem sua origem em meio a grandes crises sociais, econômicas e ambientais.

Ao se falar de empreendedorismo social no Brasil, as ações podem ser relacionadas a agricultura, reuso de água, alfabetização, inclusão social, direitos humanos, saúde, nutrição, dentre outros.

Empreendedorismo Social: exemplos brasileiros que você precisa conhecer

A melhor maneira de analisar o cenário do empreendedorismo social e entender como é possível impactar a sociedade é conhecendo projetos que deram certo. Existem alguns empreendedores sociais brasileiros que se destacam pela alta lucratividade e grande impacto social.

Listamos a seguir 3 exemplos de empreendedorismo social que pode lhe ajudar a clarear o entendimento:

1.   Rede Asta

Prestes a completar 15 anos, a Rede Asta é um excelente exemplo de economia circular que impacta a vida de milhares de pessoas.

O foco de negócio é a produção de acessórios, como bolsas e itens de decoração, por mulheres artesãs de baixa renda. Além de oferecer novas possibilidades às profissionais, a Rede Asta atua com o foco de erradicação da pobreza, promoção de capacitação, consumo e produção conscientes e igualdade de gênero.

Até o ano de 2017, segundo a própria rede, foram impactadas mais de 1.200 mulheres de baixa renda, as quais reutilizaram, juntas, mais de 12 toneladas de resíduos.

O faturamento da rede também merece destaque: em 2017, mais de R$ 9 milhões. Na carteira, clientes como Lojas Renner e Instituto C&A atuam como parceria expressiva.

2.   Terra Nova

Em funcionamento desde o início dos anos 2000, a Terra Nova é uma empresa empreendedora social focada na área da habitação.

Sua principal atuação se dá através da regularização fundiária. A empresa auxilia moradores de áreas ocupadas de forma irregular, mediando conflitos junto aos órgãos públicos a fim de obter os títulos regulares destas propriedades. O intuito da ação é conquistar direitos e condições dignas de vida, que relacionam-se com o acesso a saneamento básico, iluminação e segurança.

No Brasil, a Terra Nova está presente em 4 estados, 11 cidades e mais de 30 comunidades. Até o ano de 2019, já foram positivamente impactados mais de 38 mil pessoas – em um total de 3 milhões de m² em áreas regularizadas.

A boa atuação na área social rendeu alguns prêmios importantes para a Terra Nova, como o Prêmio Empreendedor de Sucesso (2017), Selo Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (2017), Prêmio VIVA Stephan Schmidheiny – Categoria Inovação Social (2016) e Omidyar Network & Ashoka’s Changemakers (2011).

3.   Graac

Criado no início da década de 90, o Graac é o melhor exemplo de empreendedorismo social voltado para a área da saúde. A atuação em equipe, unindo pesquisadores, iniciativa pública, privada e sociedade, já impactou a vida de mais de 5 mil pacientes infantis portadores de câncer. Inpumeras casos que passam pelo centro de atendimento recebem a cura definitiva da doença.

Além de oferecer o tratamento clínico direcionado a doença, o Graac disponibiliza aos seus pacientes terapia ocupacional, atendimento psicológico, transporte, suporte nutricional, atendimento odontológico, reabilitação e serviço social. Com isso, o foco estendem-se, também, à melhor qualidade de vida do paciente antes, durante e depois dos tratamentos.

Segundo relatórios da instituição, no ano de 2017 foram mais de 1.500 internações, 35.963 consultas médicas e 2.181 cirurgias realizadas.

O alto nível de impacto nos atendimentos e tratamentos prestados pelo Graac deve-se, sobretudo, ao nível elevado de sua gestão, utilizando modelos e estratégias adotados pelos hospitais referência em todo o mundo.

Conclusão

E então, compreendeu qual a importância do empreendedorismo social e como este modelo de negócio pode ser o responsável por mudar a realidade de tantas pessoas?

Uma reflexão final: você, empreendedor, deve eliminar esse paradigma de que atuar em um mercado voltado ao social não resulta em lucro. É possível valorizar as duas frentes e, em ambos os cenários, obter resultados verdadeiramente impactantes.

O que achou do conteúdo? Tem alguma ideia dentro deste contexto? Conte para nós nos comentários!

 

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